quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Da Insanidade a Proibição: Propaganda de Cigarro Anos 50

Essas imagens abaixo foram mostradas em uma mostra exposição na Livraria Cultura Conjunto Nacional, exibidas de 15 a 26 de outubro de 2010 em São Paulo. A reportagem é de Mario Cesar Carvalho da Folha de S.Paulo. Intitulada: "Propagandas de Cigarro - Como a Indústria do Fumo Enganou Você".


Hoje é proibida. Mas a décadas atrás era insana! Bebês, médicos, dentistas, até o Papai Noel eram garotos propaganda das campanhas de cigarro.
"Nossa mamãe, você gosta mesmo do seu Marlboro". Ao que a mãe explicava: "Sim, você nunca sente que fumou demais. É o milagre do Marlboro!".

 Editoria de Arte/Folha Imagem

Foram exibidas cerca de 63 reproduções de campanhas veiculadas na imprensa e na TV nos EUA, entre 1920 e 1950. As imagens foram coletadas pelos professores da Universidade Stanford: Robert Jackler (médico) e Robert Proctor (historiador da ciência).
É um mundo só aparentemente insano porque tudo ali foi planejado, disse Jackler à Folha. Nos anos 50, bebês, Papai Noel e noivas eram usados para que o cigarro não fosse visto como coisa de desclassificado, como a indústria temia, mas como um dado do cotidiano.
"A estratégia era fazer do cigarro um elemento essencial do cotidiano: do trabalho, dos jogos, da amizade, das férias e, especialmente, do amor."

 Editoria de Arte/Folha Imagem

Na década de 50, a indústria tinha duas tarefas: convencer de que o cigarro não causa câncer, não mata e não vicia e que além de banal, o ato de fumar era elegante.
Segundo Mario Cesar Carvalho na reportagem a Folha de SP: A primeira peça dessa estratégia é um anúncio publicado em 4 janeiro de 1954 sob o título "Uma declaração franca aos fumantes". Saiu em cerca de 400 jornais e dizia que a indústria revelaria tudo o que soubesse sobre fumo e saúde.
A peça, que está na exposição, já trazia uma mentira --pelo menos desde 1950 a indústria já sabia que fumo causava câncer e só foi admitir isso quatro décadas depois.
A exposição é repleta de amostras de anúncios sobre os benefícios do cigarro à saúde. Uma propaganda de Lucky Strike afirma: "20.679 médicos dizem que Luckies é menos irritante", referindo-se à garganta. Outra peça, do Camels, apregoa: "Mais médicos fumam Camel do que qualquer outra marca".
O levantamento do Camels foi feito num congresso em que o fabricante distribuiu maços na porta de entrada e perguntava na saída "que cigarro você tem no bolso?".

Segundo a curadora brasileira da mostra, Bia Pereira. A exposição é uma iniciativa da agência Nova/SB, que cria anúncios contra o fumo para a Organização Mundial de Saúde.

 Editoria de Arte/Folha Imagem

Um comentário:

  1. John Wayne teve câncer do pulmão, curou-se e anos depois voltou a fumar vindo a morrer de câncer do estômago.
    Provavelmente por ter voltado a fumar.

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